terça-feira, 7 de setembro de 2010

Lua

houve um dia em que voei mais alto que as nuvens. voei mais alto que esta camada que nos rodeia e a que gostam de chamar céu. voei mais alto, sentei-me na lua. no mar da serenidade, ou no mar da tranquilidade. aí estava eu, vendo tudo a passar-se cá em baixo. todas as desventuras de um momento, todas as aventuras de uma vida. tudo o que voa e que se desfaz a nossa frente. e aí pensei em ficar mais um pouco, sentada confortavelmente na frieza da lua. onde nao passa vivalma, estamos só nos e a nossa serenidade, a nossa tranquilidade, só nós. nós quem? eu sozinha. tranquila. na paz e no sossego do desconhecimento e do desconhecido. nao queria nada. queria respirar. até que percebi que nao havia ar, nao havia ar no mar da tranquilidade! a minha tranquilidade acabara, tinha de voltar! meu deus voltar ao mundo rodopiante, de fuziveis fuzilantes e de ferozidade por todo o lado. pronto! vá! salta! saltei. naquele momento em queda livre. engraçado que para se voltar nao se precisa voar. aterrar custa mais. doi o corpo. mas ao menos, respira-se. Olá Terra, adeus Lua.